Evento celebrou a força da literatura infantojuvenil no Paraná por meio de integrações, palestras e atividades lúdicas

Rodas de conversas, relatos significativos, canções, contação de história, brincadeiras e muita imersão no mundo da literatura: esta foi a segunda edição do Festival Gralha Azul de Vivências Literárias. Na última sexta, 12, a Editora ABC Projetos Culturais finaliza o lançamento presencial de 12 obras, que integraram a Biblioteca Gralha Azul neste ano.

Durante a tarde, o público participou de 3 mesas redondas com as autoras e ilustradoras das obras: Greta, a formiga, Luna e as Estrelas, Flores para Margarida, A Sabedoria e o Celular, A pulga Catarina e Os Pitacos e o Portal Mágico.

Na primeira roda de conversa do dia, que aconteceu às 14h, Xenia Nauffal, ilustradora de Luna e as Estrelas conta que foi um desafio dar vida a um texto tão sensível, pois como mãe, se sensibilizou com a história. Segundo ela, foi um misto de amor e emoção ao ler a obra, seguida do pensamento “é isso, eu preciso desenhar esse livro”. Luane Spak, escritora da obra, destaca o retorno positivo que a roda de conversa gerou, onde estudantes indicaram o sonho de trabalhar com a escrita e aproveitaram o evento para realizar a troca com as autoras. “É emocionante, é importante, é uma vitrine gigantesca para o trabalho, um significado múltiplo, eu estou muito mais que satisfeita!”, afirma Luane.

Em sequência, as autoras Joeli da Paz Gelinski e Heleir Reynaldo Silvério falaram sobre as obras Flores para Margarida e A sabedoria e o celular, ao lado das ilustradoras Luna Vicente e Dhi Borges. A autora Heleir compartilhou com o público a repercussão que a obra e a Biblioteca Gralha Azul tiveram em sua cidade natal, Bandeirantes-PR, onde chegou a receber uma homenagem na Câmara Municipal. 

A ilustração da obra Flores para Margarida foi realizada com massa de modelar. Sobre isso, a autora Joeli revelou durante a roda de conversa que o resultado remeteu à infância, e destacou a delicadeza e sensibilidade da ilustradora. Luna complementou que a massa de modelar possibilitou uma sintonia com a reflexão trazida no livro. 

A ilustradora Dhi Borges, ao compartilhar sobre seu processo criativo, destacou a importância da representatividade na literatura. Ela conta que em seus estudos de ilustração, busca constantemente representar diferentes tons de pele, tipos de cabelo e formas de corpo. “É importante quando a gente abre um livro e se vê nele”, afirma. 

Durante a tarde, um termo foi levantado pelas autoras e ilustradoras: sincronicidade. O tema envolveu a última roda de conversa do festival, com as autoras e ilustradoras de A Pulga Catarina, Cláudia Zippin e Camila Santos e a ilustradora de Os Pitacos e o Portal Mágico, Mónica Defreitas. Para elas, trata-se de quando a ideia da autora e o traço da ilustradora se encontram e complementam, dando um sentido total à obra. 

Sobre o evento e a profissão de ilustradora, Mónica Defreitas destaca que ilustrar para a Biblioteca Gralha Azul foi uma forma de divulgação da literatura. “A gente sabe que o Brasil não é um país de leitores, mas eu acredito que o livro é, continua sendo e vai ser sempre um veículo de enriquecimento da cultura, do mundo interior, da imaginação e da criatividade”, afirma a ilustradora.

Como parte da programação do evento, o público também pode participar de atividades imersivas com referência nas 12 obras infantojuvenis, das 13h30 às 17h. Por meio de jogos, desafios e exposições. Os visitantes foram convidados a se envolverem com as histórias de forma lúdica, incentivando a leitura, e ampliando o conhecimento sobre a plataforma Biblioteca Gralha Azul.

Palestra

O autor e professor Miguel Sanches Neto encerrou o evento com a palestra “Literatura como comunicação lúdica”. Para o autor, “literatura é um investimento na linguagem, na forma como maneira de construir outros universos. Quem lê literatura inventiva se torna mais aberto para as experiências, menos rotineiro”, expressa Miguel sobre a temática da palestra. 

Durante o evento, o escritor também realizou o lançamento de duas obras infantis, intituladas Estatuto de um novo mundo para os animais (editora ABC Projetos) e Um cachorro chamado Socorro (Container Edições), da Coleção Arma Palavra, projeto aprovado pela Lei Rouanet, com patrocínio da COPEL e do Grupo MADCOMPEN e produção executiva da ABC Projetos Culturais.

Sobre o II Festival Gralha Azul

O evento contou com a participação das autoras e ilustradoras das 12 novas obras infantojuvenis da Biblioteca Gralha Azul, lançadas em julho. Os e-books e audiolivros estão disponíveis para consulta e download gratuito no site da própria Biblioteca.

O evento contou com apoio da Lei Municipal de Eventos Geradores de Fluxo Turístico, patrocínio da Continental do Brasil e parceria com o Sesc Estação Saudade, Academia de Letras dos Campos Gerais, RPC e o Curso de Jornalismo da UEPG, através do Núcleo de Produção Audiovisual.