O curta-metragem ‘Chiquinho D’Alembebe em: A verdade sobre Vila Velha’, produzido pela ABC Projetos Culturais e Arte Telúrica, está disponível no Youtube. O desenho animado aborda uma descoberta sobre a lenda que deu origem aos arenitos do Parque Vila Velha e foi inspirado nos livros do personagem criado pela escritora ponta-grossense Marivete Souta. O vídeo completo pode ser assistido clicando neste link. O projeto foi aprovado pela Secretaria Municipal de Cultura com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio do Ministério da Cultura, Governo Federal.
O trabalho de animação ficou a cargo do Studio Laqua, que redesenhou Chiquinho e sua turma para a versão audiovisual. Guilherme Bevilaqua, mais conhecido como professor Laqua, explica que a inspiração para a nova identidade visual do Chiquinho veio de personagens icônicos como Mafalda, do Quino; Calvin e Haroldo, do Bill Watterson e a Turma da Mônica, do Maurício de Sousa. “A gente trabalhou um traço econômico e usou um misto de referências que culminou nesse visual que traz contemporaneidade, modernidade e identificação com as crianças do mundo atual. Também existem algumas questões técnicas que foram trabalhadas para transformar o personagem em desenho animado já pensando nos próximos episódios das aventuras do Chiquinho”, adianta.
Animação usou técnica de recortes
Para dar vida ao Chiquinho, foi escolhida a técnica cut-out, um método de animação onde os personagens são criados usando partes pré-desenhadas separadamente (cabeça, braços, pernas, boca, olhos, etc) para criar movimento. Essas pequenas partes são conectadas por pontos de articulação virtuais, uma espécie de esqueleto digital, permitindo que eles se movam como uma marionete. “Essa técnica é um misto da animação tradicional 2D, aquela feita frame a frame, mas com algumas ferramentas de reaproveitamento e recorte do personagem para otimizar tempo e custo”, explica. Ao todo, foram quase dez personagens animados e 27 cenários criados especialmente para o curta-metragem.
O professor Laqua lembra que foram necessários quase sete meses de trabalho para desenvolver o desenho animado. “A animação é um processo bastante complexo e que exige muita qualificação. Nós tínhamos uma equipe super enxuta de quatro pessoas para fazer um curta-metragem de sete minutos em um tempo muito curto de produção”, frisa. Apesar dos desafios, ele acredita que o resultado foi surpreendente. “A gente conseguiu fazer um trabalho que, no final, tem a nossa cara, mas respeita a criação original da autora. Foi muito prazeroso ver os personagens ganhando vida na tela e, agora, poder compartilhar esse trabalho com todo o Brasil através do YouTube é muito gratificante”, afirma.
Personagem que é a cara da cidade
Com 14 livros lançados e mais de 30 mil exemplares em circulação nas escolas e nas casas de milhares de crianças por todo Paraná, o Chiquinho tem como missão não deixar as memórias presentes na cultura regional serem esquecidas. “O personagem foi inspirado nas histórias que contava para os meus filhos antes de dormir. Ele é um garoto de oito anos, negro, morador do distrito rural de Itaiacoca; que conta histórias que fazem parte da nossa cultura local e, por isso, representa as raízes da nossa cidade tão bem”, comenta a escritora Marivete Souta.
Além dos livros, o Chiquinho também se apresentou para o público infantil através de teatro de fantoches, feiras do livro e espaços culturais. “O que encanta crianças e adultos é a ingenuidade, a pureza e esse mundo mágico que transforma o fantoche em uma criança de verdade”, acredita. Ela destaca que ver o personagem transformado em desenho animado significa ampliar a acessibilidade por meio de outra linguagem. “A animação traz uma nova forma de chegar ao público, especialmente porque hoje todos estão conectados pela internet. Essa nova fase do personagem permite alcançar ainda mais pessoas e ampliar o acesso à história da nossa cidade”, reforça.
O desenho animado também conta com recursos de acessibilidade, visando torná-lo mais inclusivo para pessoas com deficiência visual e auditiva, através de audiodescrição, libras e legendas ocultas, via aplicativo MLoad.

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