Bruxas existem?

Coluna Literatura Criativa de Luciane A. Lima

Era uma vez, em um pequeno povoado chamado Kinfurlei, o qual era cercado por uma densa floresta, onde os raios de sol não conseguiam penetrar completamente. 

Surgiram histórias e lendas sobre a existência de bruxas, o povoado de Kinfurlei, vivia sobre o véu do desconhecido, com suspeitas e crenças que diferentes gerações contavam.

As histórias das lendárias bruxas que eram transmitidas de boca em boca, passando de geração em geração, deixava o povoado sempre em alerta.

Neste povoado tinha uma garota chamada Aribele. As pessoas reuniam-se toda noite na casa de uma velha senhora chamada Hélida, que contava histórias e lendas. 

Aribele era fascinada em ouvir as histórias que a senhora simpática e ao mesmo tempo estranha contava. Hélida contava as histórias e as lendas com os olhos brilhantes e expressões enigmáticas sobre as experiências das artes sombrias.

Algumas pessoas acreditavam fervorosamente que as bruxas eram reais, alegando que eram testemunhas de seus feitiços e rituais sobrenaturais. Outros, mais céticos, descartavam essas histórias como meras superstições inventadas para assustar crianças desobedientes.

No entanto, algumas pessoas curiosas e corajosas decidiram investigar sobre as bruxas. Aribele, uma garota dona de uma mente inquieta e destemida, decidiu empreender uma jornada juntamente com aquelas pessoas para descobrir se as bruxas realmente existiam.

Com sua mochila nas costas, Aribele caminhou corajosamente com aquelas pessoas pela floresta sombria e impenetrável, guiada pela luz tênue do luar. Seus passos ecoavam pelo solo úmido enquanto ela seguia em direção ao desconhecido.

Em um certo momento Aribele, se distanciou das pessoas e tomou outra direção. Após horas de caminhada, Aribele chegou a uma clareira cercada por árvores antigas e enigmáticas. Sentiu arrepios percorrendo sua espinha enquanto olhava ao redor, buscando algum sinal de presença. Foi então que ela avistou algo extraordinário.

Surgiu das sombras, uma figura em um manto negro e apareceu diante dela. Era uma mulher de aparência sábia, com longos cabelos negros e olhos que pareciam capturar o brilho das estrelas. Aribele percebeu que estava diante de uma verdadeira bruxa.

Curiosa e ansiosa por respostas, Aribele decidiu que era hora de tirar suas dúvidas. Com a voz trêmula, ela perguntou à bruxa se as histórias que ouvia desde pequenina eram verdadeiras. A bruxa sorriu gentilmente e, com uma voz suave respondeu:

– As bruxas existem, minha jovem. Vagamos pelas sombras da noite, conectadas às forças antigas da natureza. Mas nossa verdadeira magia está em enxergar além do óbvio, em transformar tudo em experiências divinas. Somos guardiãs da sabedoria antiga, da cura e da mudança.

Aribele ficou maravilhada com as palavras da bruxa. Ela percebeu que, independentemente de sua existência ser provada ou não, a verdade mais importante era a magia que cada pessoa guarda dentro de si. A magia do amor, do conhecimento e da conexão com a natureza.

A bruxa lhe deu um colar com uma estrela de sete pontas e uma cor azul vibrante e pediu que não contasse a nenhuma pessoa sobre o colar, e que era para ela usar em momentos especiais de sua vida, pois foi feito especialmente para Aribele. Ao pegar o colar Aribele agradeceu e admirando-o a bruxa sumiu diante de seus olhos em uma fumaça prateada.

Ao retornar para o povoado Kinfurlei, Aribele, compartilhou suas descobertas, porém não falou nada sobre o colar. Alguns ainda permaneciam céticos, enquanto outros abriram suas mentes e corações para a possibilidade de algo além de sua compreensão.

E muitas daquelas pessoas com quem Aribele foi caminhar em busca de descobertas, acreditavam que ela mentia, já que ela tomou outro rumo diferente do qual as pessoas estavam.

Assim, a lenda das bruxas continuou a envolver o povoado de kinfurlei, mas agora com um olhar mais respeitoso e admirado. Afinal, independentemente de sua existência física, a sabedoria e a magia que as bruxas representavam mostraram-se reais para aqueles capazes de enxergarem além do comum.

E assim, a incansável busca pela verdade continuou, pois a magia do desconhecido sempre fascinou os corações curiosos e corajosos, levando-os a explorar os limites de suas próprias crenças. Afinal, quantos mistérios ainda esperam para serem desvendados?


Luciane A. Lima é professora no Ensino Fundamental I, Município de Carambeí, ministrando aulas na Disciplina de Língua Portuguesa do 1°Ano ao 5° Ano e na Disciplina de Arte na Educação Infantil nas turmas de Infantil IV e V e nas turmas do Ensino Fundamental I 1° ao 5° Anos. Formada pela UEPG em Pedagogia. Cursando Letras Português/Espanhol e suas Literaturas UEPG a partir de 2024. Escritora desde os dez anos, vencedora de vários concursos Literários pelo Colégio Particular Sagrado Coração de Jesus nos anos de 1984 a 1987 e Colégio Estadual Padre Carlos Zelesny nós anos de 1988 a 1991. Vencedora em 2023, Primeiro Lugar categoria Poesia e Segundo Lugar categoria Crônica do Primeiro Prêmio Singular de Literatura: Fanzine  – era uma vez poesias.