Para publicar um livro, normalmente, uma escritora precisa passar por várias etapas. Primeiro é necessário escrever o livro, depois vem a revisão e engana-se quem acha que acabou por aí. Há a leitura crítica, a organização do material, a revisão (novamente, pois revisa-se o livro diversas vezes antes de ir para a gráfica), a produção da capa, a contratação de uma editora, a diagramação, a compra do registro do livro e da ficha catalográfica, o envio para a gráfica, a impressão, a distribuição dos livros, o lançamento e por fim, a venda. Todo esse processo demora em média um ou dois anos, aí depende se o material do livro já está escrito ou não.
Rosicler Antoniácomi, escritora desde antes dos anos 2000, fez todo esse processo sozinha, aplicando os conhecimentos que adquiriu em um curso de autopublicação. O livro Amazônia de todos nós, Um alerta poético à Humanidade, já tem data prevista de lançamento. A escritora está negociando para o dia 4 de fevereiro, na biblioteca do SESC Estação Saudade, às 15h30, e já está convidando a todos para acompanhar.
Além desse lançamento, Rosicler já tem outro livro em processo de publicação. O livro Crônicas da Pandemia e Meus Sonhos Crônicos foi aprovado no edital de outras áreas da Lei Paulo Gustavo em 2023.
O processo da autopublicação
Rosicler participou de um laboratório de autopublicação. Ela comenta que o papel do professor foi essencial para colocar as ideias em prátical. ”Ele forneceu vários caminhos, opções de gráficas em que poderíamos fazer, como tirar o registro do livro. Foi nesse laboratório que eu me animei e acabei por organizar por conta esse livro”. A escritora faz cursos para se aprimorar na arte da escrita desde a pandemia. No laboratório, ela entrou em contato com pós-graduandos que toparam auxiliar no processo.
O processo foi um desafio para a autora. ”Vocês que nasceram com a tecnologia conseguem se adaptar melhor, mas eu passei por todas as épocas. Para mim, que não sou da área da tecnologia e que não nasci com esses itens, a dificuldade do processo muda um pouco” observa. Como dica, a autora diz que é necessário continuar estudando a arte da escrita e se aprimorando. ”Se informe, cultive a cultura, não se deixe ficar alienado da vida política e social. São as nossas vivências que geram os assuntos que vamos escrever”. Outra dica que ela dá é ”comece a escrever, seja bem ou mal, apenas comece a escrever” frisa.
A capa do livro foi feita pela Rosicler no Canva, mas era um esboço. ”É difícil que uma editora ou gráfica aceite uma capa feita no Canva. Mas a capa que eu fiz serviu como inspiração para a capista que fez a minha”. A intenção da capa é retratar a Amazônia como uma fonte de vida do mundo.
Sobre o livro
O livro contém poesias de cunho político-social, voltadas à preservação do meio ambiente. ”Retratei a Amazônia como um elemento vital para nossa sobrevivência. As florestas ao redor do mundo estão acabando cada vez mais, e apenas algumas resistem. Ela é vital para a vida humana e o ser humano é aquele que menos tem capacidade adaptativa em relação a mudanças climáticas” Rosicler ressalta que é necessário preservar nossos biomas.
Com a publicação do livro, Rosicler espera alcançar a população e conscientizar acerca da preservação ambiental. Segundo dados do Terrabrasilis, um portal desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, a Amazônia conta com uma taxa de desmatamento acumulado de 9.000 mil quilômetros quadrados no ano de 2023. Esse número equivale a aproximadamente, quatro vezes o tamanho da cidade de Ponta Grossa (com o perímetro urbano e rural construído e as áreas sem ocupação).
Trajetória da escritora
Rosicler começou escrevendo em cadernos, depois usou a máquina de escrever e atualmente guarda seus arquivos em um computador. Ela acompanhou toda a evolução das ferramentas e viu o processo de modernização dos livros, chegando até os dispositivos para a leitura como o Kindle.
Ela escrevia antes dos anos 2000, mas foi nesse ano que começou a participar de concursos. Em 2003, se dedicou à poesia. Na sua carreira, Rosicler tem 4 livros publicados. O primeiro deles foi em co-autoria com Silvestre Alves Gomes. Seu primeiro livro solo se trata de um romance juvenil de fantasia que é ambientado no Paraná e que conta um pouco sobre as lendas do estado chamado de Mistérios da Terra sem Mal.
Com a pandemia, Rosicler conta que as suas visitas eram através da internet e dos cursos que fazia. ”Eu cuidava do meu pai nessa época. Foi um período muito difícil porque ele estava com Alzheimer e eu precisava cuidar da minha mente, ter formas de distração”. A escritora conta que, para não expor seu pai e sua irmã ao vírus, ficou em casa. ”Eu me sentia como uma Rapunzel, em uma torre.” Para ela, esse processo de se profissionalizar na sua carreira como escritora foi essencial para se manter saudável mentalmente no período.
Além de escrever e publicar seus livros, Rosicler Antoniácomi participa da União Brasileira de Trovadores (UBT), é criadora do grupo NaVozDoVento de leituras poéticas teatrais, participa do Clube de Leitura do SESC Estação Saudade, participa do Projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais (ALCG) e é membro da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes (APLA) e outras três academias de letras do Brasil.
Serviço
A autora Rosicler Antoniácomi disponibiliza seus livros para a venda em seu facebook.
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