Consultas públicas encerradas nesta semana mostraram rejeição ao modelo cívico-militar e à terceirização das escolas, um colégio ficou sem quórum por apenas um voto

As consultas públicas realizadas entre os dias 17 e 19 de novembro nas escolas estaduais de Ponta Grossa e dos municípios dos Campos Gerais apresentaram um resultado consistente: todas as instituições onde houve quórum rejeitaram a implantação do modelo cívico-militar e também o modelo de “Parceiros da Escola”.

O processo, regulamentado pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), mobilizou pais, responsáveis, estudantes (quando permitido) e servidores, que votaram ao longo de dois ou três dias. A APP-Sindicato — Núcleo Ponta Grossa acompanhou todas as etapas e divulgou os resultados oficiais.

Em Ponta Grossa, os quatro colégios que compõem o grupo das escolas cívicas — Instituto de Educação, Presidente Kennedy, Monteiro Lobato e Meneleu de Almeida Torres — apresentaram participação significativa e demonstraram, de forma clara, a preferência pelo modelo civil. As votações foram marcadas por presença constante de pais e responsáveis, além de grande engajamento das equipes escolares, resultando em vitórias expressivas do “NÃO” em três colégios e em uma disputa acirrada no Meneleu, onde a decisão foi definida por apenas dois votos.

Parceiros da Escola

Nas cidades dos Campos Gerais, o cenário se repetiu com ainda mais consistência. Escolas de Carambeí, Castro e Arapoti registraram resultados amplos contra a proposta “Parceiros da Escola”, algumas ultrapassando 90% dos votos válidos. A participação comunitária nessas regiões reforça uma tendência regional de rejeição ao modelo cívico-militar e de terceirização da gestão, consolidando um posicionamento firme em defesa da gestão pedagógica tradicional e do vínculo comunitário já estabelecido nas unidades de ensino.

Caso Santa Maria

O único caso divergente ocorreu no Colégio Estadual Santa Maria, em Ponta Grossa, onde o processo eleitoral foi encerrado sem atingir quórum por apenas um voto. A situação gerou controvérsia após uma mãe chegar para votar e não conseguir registrar sua participação devido ao encerramento do horário de votação. A APP-Sindicato informou que recorrerá judicialmente, considerando a diferença mínima e a relevância do voto que não pôde ser computado.