“Marasmo, como seu nome já diz, é algo cotidiano, monótono ou melancólico do ser, também pode ser uma doença que atinge os órgãos internos causando desnutrição”, Julia Aparecida Pereira dos Santos, mais conhecida por Julia Poetisa, explica o nome do livro que é uma crítica da sociedade em forma de uma escrita simples e intensa. A autora de 17 anos, está lançando seu primeiro trabalho na cidade de Castro, Paraná.
Para viabilizar o financiamento, Julia está promovendo um financiamento coletivo através das suas redes sociais. Ela precisa vender o segundo lote do livro até o final do ano para conseguir viabilizar a impressão com a editora. “Cada pessoa que está comprando irá receber seu exemplar até 4 meses” complementa.
Marasmo conta a história de uma menina de 14 anos chamada Veneza, que foi sequestrada nos anos 70 em plena ditadura militar. A história é ambientada no Brasil e o leitor pode encontrar muito romance, suspense e assassinato nas páginas.
A personagem principal, antes mesmo do sequestro, possui pensamentos existenciais. “Pois, a Veneza tem uma mãe alcoólatra e luta contra si, em um sentimento angustiante de liberdade da vida, antes mesmo do sequestro” confidencia Julia.
Sobre a autora
Julia conta que começou a escrever aos 13 anos em um período muito melancólico. “Foi a forma que achei para me expressar, além da visual”. A autora tambem já criou alguns grupos de poesia e saral, já realizou exposições, e declamou poesias, porém, atualmente, ela se dedica a escrita como uma carreira profissional. “Nunca imaginei escrever um livro e não sei o por que fiz isso, não me lembro o que me fez escrever o livro, só sei que agora esse é um dos meus objetivos principais, reescrevi duas vezes, porque nas primeiras vezes eu era muito jovem” complementa a autora.
Como é a cena artistica de Castro, Paraná
Com um pouco mais de 70 mil habitantes, Castro ainda é uma cidade de médio porte. Julia comenta que há pouco apoio da prefeitura relacionado a cultura e a escrita. “Sou uma artista individual. Aqui os próprios artistas se ajudam e criam projetos”. Ela comenta que a prefeitura cedeu um espaço para os artistas chamado de “Celeiro das artes”. Quem coordena o espaço é Naymer, professor e músico local. “Ele criou e mobilizou parte dessa cultura desvalorizada da cidade” observa a autora.
É no Celeiro das Artes que os artistas da cidade se reunem para se apresentar e se sentirem pertencentes. “Mas apenas isso não basta, precisamos de patrocínio e visibilidade. Até mesmo os artistas de teatro da cidade não tem um espaço fixo para se apresentar, o Teatro Bento Mussurunga aqui da cidade está fechado a anos, por falta de estrutura e reforma” afirma Julia Poetisa.
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