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Livro que destaca a importância do Patrimônio Natural/Cultural de Piraí da Serra/PR é finalista do Prêmio Jabuti Acadêmico 

Este ano é realizada a primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, que contou com a participação de 1.953 obras inscritas. A premiação tem como objetivo reconhecer e incentivar as obras das áreas científicas, técnicas e profissionais

Com informações da Assessoria

O livro “Projeto EspeleoPiraí: em defesa do patrimônio natural de Piraí da Serra/PR”, organizado por Henrique Simão Pontes e Laís Luana Massuqueto e publicado pela editora ABC Projetos Culturais, foi nomeado finalista do prestigiado Prêmio Jabuti Acadêmico na categoria de Geografia e Geociências. Lançado em 2023, a obra é resultado das pesquisas realizadas pelo Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE) sobre a Escarpa Devoniana em Piraí da Serra, no Paraná. O objetivo central do projeto é promover a conservação e valorização do patrimônio espeleológico e arqueológico da região. 

Laís Luana Massuqueto, uma das organizadoras do livro comenta que recebeu com muita alegria a nomeação. “Quando vimos que éramos semifinalista já foi uma grande alegria, e agora ser finalista dessa que é uma das maiores premiações da literatura brasileira, é uma honra muito grande”. A obra reúne 22 autores de diferentes áreas profissionais, como geografia, geologia, arqueologia, biologia, comunicação e turismo. As pesquisas foram realizadas ao longo de mais de dois anos, no recorte geográfico de Piraí da Serra, que abrange os municípios de Piraí do Sul, Castro e Tibagi, onde ocorreram descobertas inéditas e a exploração de cavernas e sítios arqueológicos. 

Dividido em onze capítulos, o livro aborda uma variedade de temas essenciais para a compreensão e a preservação deste valioso patrimônio natural. Cada capítulo possui uma análise detalhada, baseada nas investigações e descobertas realizadas pela equipe. Entre os temas explorados estão a geodiversidade da região, a fauna de invertebrados e vertebrados cavernícolas, a microbiologia das cavernas, as pinturas rupestres encontradas nos abrigos e cavernas e as experiências vividas no projeto acerca das ações de jornalismo e comunicação e aspectos de segurança. 

Destaque para a descoberta de pinturas rupestres únicas, representando um capão com araucárias e antropomorfos, proporcionando um vislumbre das antigas populações que habitavam a região. “Tivemos a descoberta do sítio arqueológico com as pinturas de araucárias que é algo inédito e pela primeira vez se tem registro de grafismos com essa árvore que é o símbolo do Paraná”, explica Laís Luana Massuqueto. A autora ainda ressalta que a descoberta chamou atenção não apenas em nível nacional, mas teve uma repercussão internacional. “Portais de notícias de várias regiões do Brasil e de outros países citaram sobre essa descoberta única, mostrando o potencial que nós temos aqui na região, tanto para novas descobertas como para novas pesquisas, por isso daremos continuidade ao estudos com novos projetos”, diz. 

As descobertas do projeto, conduzidas por pesquisadores do GUPE com apoio de cientistas de outras instituições, possuem grande importância científica, oferecendo suporte para pesquisas futuras sobre a geodiversidade, biodiversidade e arqueologia da região dos Campos Gerais. O livro, que examina 43 sítios arqueológicos e 123 cavernas, reforça a identidade da comunidade local e ressalta a importância da preservação deste patrimônio.

O Projeto EspeleoPiraí foi desenvolvido em três municípios, Piraí do Sul, Castro e Tibagi, onde os organizadores do livro realizaram a doação do material para as escolas municipais e estaduais das cidades. “Nós fizemos uma doação para as Secretarias Municipais de Educação dos três municípios e elas repassaram as doações para as escolas, isso com certeza é uma forma que nós buscamos para incentivar futuros pesquisadores para que eles conheçam o potencial que existe na região e para estimular novos estudiosos e defensores deste patrimônio no futuro”, conta  Massuqueto. Além do livro do Projeto EspeleoPiraí foi distribuído para as escolas o livreto infantil, o “Guia para conhecer o mundo das cavernas”, conteúdo que também foi produzido pelo GUPE. Os organizadores explicam que o material foi pensado para crianças, é um material composto por textos com linguagem acessível e rico em ilustrações, capaz de mostrar o quanto a nossa região é rica, importante e com alto potencial para novas pesquisas.  

A nomeação como finalista do Prêmio Jabuti Acadêmico é um reconhecimento do impacto e da relevância deste material. Celebra não apenas o trabalho árduo e a dedicação da equipe do GUPE, mas também destaca a importância da conservação do patrimônio natural de Piraí da Serra, incentivando novas pesquisas e iniciativas de preservação. 

O prêmio Jabuti é realizado desde 1958 pela Câmara Brasileira do Livro, e anualmente destaca as obras publicadas em língua portuguesa no Brasil. O prêmio busca homenagear contribuições notáveis que incentivem e estimulem a leitura. Este ano é realizada a primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, que contou com a participação de 1.953 obras inscritas. A premiação tem como objetivo reconhecer e incentivar as obras das áreas científicas, técnicas e profissionais. 

Os trabalhos foram distribuídos em 29 categorias em dois eixos distintos, Ciências e Cultura e Prêmios Especiais. O livro “Projeto EspeleoPiraí: em defesa do patrimônio natural de Piraí da Serra/PR” concorre no Eixo Ciência e Cultura na categoria Geografia e Geociências.

Os grandes vencedores serão conhecidos na cerimônia de premiação no dia 6 de agosto, o evento será realizado no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. Os vencedores de cada categoria irão receber a estatueta Jabuti e um prêmio de R$ 5 mil. 

Para mais informações sobre o livro e como adquiri-lo, entre em contato com a editora ABC Projetos Culturais. A versão online do livro está disponível através do link https://www.pinturarupestre.com.br/publicacoes