Não sei muito bem da onde que eu tirei que seria realizado um show, em setembro, das bandas MGC – Magesty Ghost Cult e Maiden Rules. Mas o caso é que a crônica jornalística já foi publicada e, jornalisticamente falando, isso é um erro passível de execração da humanidade, por isso, venho aqui, publicamente, soltar uma errata.
O show das duas bandas, é na verdade, no dia 27 de outubro! Uau. Dá super tempo para se programar. Mas enquanto os shows não chegam, que tal me acompanhar aos tempos passados do Sexta às Seis?
“Preste atenção, o mundo é um moinho”
Quando eu estava fazendo meu TCC sobre o Sexta às Seis, ouvi histórias de muitas pessoas. Entrevistei principalmente fãs, músicos e apoiadores de modo geral do projeto. Porém, devido uma escolha editorial do período, não entrei em contato com aqueles que não gostavam do Sexta às Seis. A minha escolha se devia ao tempo mesmo. Não teria tempo de sondar, perguntar e bisbilhotar atrás de “anti Sexta às Seisters”. Mas o que ficou comprovado é que sim, eles existiram e eles existem.
A primeira aparição concreta dos haters foi em 2008. Na verdade, dizem as fontes que eles estavam infiltrados nas altas camadas da sociedade. O projeto, que estava acontecendo na Praça Barão do Rio Branco, acabou. O setor continuou pedindo a volta dele e a Prefeitura da época, disse que o local não era viável. Especula-se que, os três setores, o Estado, a igreja e a família, estavam embaçando o rolê. Quem intermediou a volta do Sexta às Seis foi o Conselho Municipal de Política Cultural e o retorno do projeto só ocorreu de fato em 2011.
Fora esse “atrapalho” no meio do caminho, aconteceram casos menores de preconceito musical por parte dos fãs, casos de crimes e entre outros.
Já abordei a questão do preconceito nas crônicas, do ponto de vista de um caso de machismo, gordofobia e lgbtfobia que aconteceu em 2019. Mas há também o preconceito musical. Houve um caso muito emblemático de uma banda de metal gospel que foi vaiada no palco do Sexta às Seis pelos ouvintes do projeto. Todos concordamos que isso é “paia demais”. Este fato também aconteceu em 2019.
Neste ano, o projeto lançou mais uma polêmica. Desde que saiu o line-up do Sexta às Seis, a cidade está se pronunciando. Cartazes de protesto, lambes-lambes e postagens foram feitas na internet pedindo um posicionamento da Prefeitura e a retirada de um músico do palco.
Segundo os fãs do projeto, este músico em específico foi denunciado por agressão contra sua parceira. O caso é que, um, eu não posso citar nomes por motivos legais. Dois, eu, Jessica, não encontrei provas de condenação, logo, de novo, não posso afirmar. Três, a Prefeitura, a principal interessada em sua imagem e o pagamento dos músicos de um show público que leva a logomarca da prefeitura, não se pronunciou e nem disse nada sobre o assunto, logo, eu também não posso dizer nada.
Mas eu compareci neste show em específico (antes de saber que o músico em questão era aquele), o qual, claro, eu não posso dizer a data por motivos legais, e sendo bem sincera, estava vazio em comparativo com os outros. Os fãs do Sexta às Seis e de música na cidade boicotaram o músico. Mas é claro, ainda havia pessoas lá.
O caso é que, os inúmeros pedidos de pronunciamento não foram atendidos. Ninguém se pronunciou, o músico subiu ao palco do Sexta às Seis e o evento ficou manchado. Por um dia só, é claro. Os próximos shows ocorreram normalmente, com o público de sempre. Entendi que aquela ação foi uma forma de repúdio direcionada ao músico, e não ao projeto em questão. Afinal, o Sexta às Seis, um projeto criado para impulsionar as bandas locais da cidade não tinha nada a ver com a escolha dos músicos deste ano. Mas que a população merecia um pronunciamento, merecia sim.
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