Bandas da semana e algo curioso que notei no projeto

Proposta selecionada pelo Edital 011/2023 do Fundo Municipal de Cultura

O último texto publicado nesta coluna foi um chororô sem fim pelo fato de que não havia Sexta às Seis naquela semana. Já nesta, temos duas bandas a MGC – Magesty Ghost Cult e a Maiden Rules. Eu nunca ouvi nenhuma das duas. Mas parecem ser chocantes, já começando pelo nome. 

O Maiden Rules é uma banda de tributo ao Iron Maiden. Não pensem que Tributos são os enviados para os Jogos Vorazes e nem que são a mesma coisa que uma banda cover, peraí pessoal. Vamos acalmar os ânimos. Há uma luta em relação a impedir que selecionem bandas de covers para se apresentar no Sexta porque é um projeto direcionado e feito para impulsionar os artistas locais. Então, vou com muita calma, explicar o que é uma banda Tributo. 

Eu li um artigo de alguém chamado RoadRock, então imagino que esse seja o artigo mais embasado do mundo para falar sobre bandas Tributos. A banda cover, reproduz, em sua integridade, desde os figurinos até as letras das músicas, a banda original. Já a banda Tributo, homenageia a banda original, realizando adaptações musicais, criando novas canções e se inspirando na original. Bacana né? Para a inscrição do Sexta, é necessário mandar um vídeo, em boa qualidade, de uma música autoral da banda, então com certeza a Maiden Rules tem uma dessas na manga. Como estou escrevendo do futuro, e o show ainda não aconteceu, não temos como saber de fato o que será tocado nessa semana pela banda, mas vamos torcer pra que seja muito autoral.

Já a banda Magesty Ghost Cult me lembra muito Ghost e The Cult e também… bom, deve existir alguma banda dos anos 70 com Magesty no meio do nome. Alguém consegue lembrar de alguma? O caso é que essa banda em específico, acredito eu, seja um tributo a Ghost? The Cult? Uma banda imaginária chamada Magesty? Eu não sei. Não encontrei informações sobre ela na internet. Mas ela deve existir, eu aposto. Vou averiguar. 

Algo curioso que eu notei no projeto, ou não

Vocês repararam que… cada vez que o palco troca de lugar, parece que muda tudo? Não sou uma pessoa muito metódica então pra mim tanto faz onde está localizado o palco desde que isso não perturbe a acústica. Mas para algumas pessoas isso pode ser um crime. 

A última mudança de palco do Sexta às Seis, nestes mais de 30 anos de funcionamento do projeto, foi para o Complexo Ambiental em 2017. Junto com uma mudança de ares, Fernando Durante, o idealizador do projeto e também um célebre acompanhante, planejou uma mudança de ritmos. Na época, o Diretor de Cultura da antiga Fundação Municipal de Cultura queria retornar ao projeto inicial do Sexta às Seis. Uma coisa dinâmica, fluida e de vários gêneros. No período de 2010 a 2017, o projeto se tornou a princesa do rock. Em 2017, era hora de mudar. 

Há quem diga que “no meu tempo era diferente” e que “qualquer tempo do passado é melhor que o de agora”, principalmente quando se refere ao rock. Mas há uma crítica, isso de anos, muito bem construída na cidade sobre monopólios musicais. É justo deixar um projeto que utiliza dinheiro público à mercê de bandas de rock quando se existe várias bandas boas na cidade? Claro que não. Há espaço para todas elas, sem dúvidas. Na época, e ainda hoje, há manifestações sobre o assunto. O público não gosta de mudar as vezes. É um público metódico. A flexibilização de gêneros no Sexta às Seis é entendida como um ponto positivo pela maioria dos músicos que entrevistei no período de 2021 e 2022. Eles são músicos de variados estilos, não só do rock, mas até os rockeiros concordam que quanto mais melhor. Significa que a cena está aumentando e ocupando um espaço. É um movimento importante reivindicar e ocupar espaços.