A próxima apresentação do Sexta é só dia 27 de outubro pelo calendário oficial divulgado pela Secretaria Municipal de Cultura de Ponta Grossa. Ainda há um show para acontecer que foi adiado por questões climáticas. O show das bandas Jerimoon e Jamp vai ter que esperar um pouco e ser encaixado na agenda.
Mas o que fazemos quando não tem apresentação do Sexta? Já comentei uma vez, por aqui, que o Sexta é um evento a ser visto. Mas além de um evento, ele é um ponto de encontro de amigos.
Antigamente, os celulares não eram tão tecnológicos assim. Os planos de internet para celulares custavam uma pequena fortuna e quase ninguém tinha créditos. Não existia a PG Conectada, que só surgiu em 2018, acredite se quiser. Como as pessoas sabiam do Sexta? No jornal, provavelmente. Mas eu não ficava sabendo do evento pelo jornal, nem pela televisão e muito menos pelo rádio. Então o que eu fazia? Eu simplesmente saia da minha casa a esmo, chegava na Estação Saudade e ficava esperando ver se alguém aparecia para tocar.
Outras pessoas, muitos conhecidos meus, também faziam isso. As pessoas se largavam pela plataforma da Estação Saudade (que naquela época era bem diferente) e ficavam por ali. A gente só descobria que não ia ter Sexta quando chegava lá e não via palco algum. É claro que isso não vale para todo mundo. O pessoal mais informado geralmente sabia. Muitos eram amigos de músicos e estavam com o calendário na ponta da língua ou acompanhavam as notícias, mas esse não era o meu caso. Essa época que eu relatei era 2016. Os shows estavam acontecendo na plataforma da Estação Saudade.
Para quem não conhece a história do Sexta, ela iniciou na Praça Barão do Rio Branco, permanecendo por lá até 2008. Em 2011, o setor da música, na 12ª Conferência Municipal de Cultura, pediu a reativação do projeto que estava sem apresentações desde 2008. Os shows, se mudaram para o Coreto que fica localizado ao lado do Paraguaizinho. Aí ele ficou um tempo lá, até 2012. Do começo do ano até julho de 2012, aconteceram 12 shows no Sexta às Seis. O público estimado para o Coreto do Paraguaizinho foi de 400 pessoas fixas e público rotativo entre 600 e 700 pessoas”, segundo informações da Ata 133 do Conselho Municipal de Políticas Culturais da época.
Em 2012 ele se mudou para o lado, na Plataforma da Estação Saudade. Podemos descrever essa época com muitos adjetivos, mas o que eu vou usar hoje é apenas “pedreira”. Foi pedreira do início ao fim. Quem vê a Estação Saudade hoje, toda amarelinha e embonecada pelo SESC não consegue dizer que aconteciam moshs tenebrosos no entorno. O chão da Estação era de pedrinhas, inclusive. Lembro nitidamente de Moshs, em meio a pedras e terra, levantando poeira. A proximidade do palco com os ouvintes era outro diferencial que não é possível esquecer. E para propiciar um clima em tons de sépias eterno, a iluminação do local, isso quando as lâmpadas estavam funcionando, era toda amarela.
Estou soando um pouco “na minha época” hoje, mas é o que fazemos quando não tem Sexta às Seis. Ficamos sentados na grama do Ambiental dizendo “você lembra…?”. A gente sempre lembra, é claro. E é sempre necessário lembrar que a praça , e os locais públicos no geral, são um ponto de encontro de pessoas. Nos verões, os shows do Sexta sempre são mais cheios. Aí fica esse vazio na agenda, do tipo “tá, o que faremos essa semana amigos? Onde iremos?”.
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