Nascido em 1989, o Sexta já contou com cinco fases e quatro palcos diferentes. As transformações no projeto foram visíveis ao longo do tempo e há quem prefira em um lugar específico pelo apelo nostálgico.
Hoje, o palco é montado no Complexo Ambiental Governador Manoel Ribas. Às vezes é montado perto da quadra, outras vezes virado para outros lados… enfim. Cada ano acham um lugar para montar o palco (que aliás, diga-se de passagem, é o maior que o Sexta já viu).
Porém, tudo iniciou na Concha Acústica Carlos Gomes, localizada na Praça Barão do Rio Branco. Muitos devem se lembrar dela como o ponto de encontro da Banda Escola Lyra dos Campos. Inaugurada em abril de 1938, segundo dados do projeto Ipatrimônio, o espaço foi criado com o objetivo de ser palco musical, de danças folclóricas, teatros e outras apresentações públicas. O nome Carlos Gomes, é uma homenagem ao músico e compositor brasileiro. O patrimônio está tombado desde 2003. Inclusive, a título de curiosidade, Getúlio Vargas fez comício lá, segundo informações da Secretaria de Cultura da cidade de Ponta Grossa.
Lembramos dela como o lar da Banda Escola porque em 1960, construíram um anexo para a morada da banda. Os ensaios aconteciam neste anexo até o ano de 1988, quando um prédio novo foi construído para abrigar a Lyra dos Campos. Mas pode reparar, apareceu uma oportunidade, a Banda Escola Lyra dos Campos está se apresentando na Concha Acústica.
O Sexta às Seis, permaneceu na praça Barão do Rio Branco até 1995, quando o projeto entrou em hiato pela primeira vez. Somente 10 anos depois é que os shows do Sexta retornaram na Concha Acústica, permanecendo até 2008. Sendo interrompido de novo, como já falei um pouco nesta crônica. Aí, foi mais um hiato no projeto até o ano de 2011. Eu escrevi em 2022 que o projeto voltou em 2011 “de uma forma trôpega, até que em 2012 voltou com certa regularidade ao palco do Coreto, ao lado do Paraguaizinho – um complexo de lojas populares, chamado assim devido aos produtos baratos comercializados”.
Na época foi necessário explicar o nome do Paraguaizinho, embora hoje eu ache isso muito engraçado. É uma referência quase direta, mas pode ser confusa caso você me leia de uma cidade distante e nunca tenha colocado seus pés em Ponta Grossa.
Em 2011 e 2012, o cenário estava “uau rock in roll”. Mas aí em 2013, houve de novo, uma pausa. Pelas minhas contas, as pausas do projeto são quase equivalentes aos anos de show regular. Em 2014, o palco do Sexta foi a Estação Saudade. Também já falei sobre ela neste texto e inclusive inclui uma foto tirada por mim em 2016. Aí, a partir de 2014, entregamos o Sexta no colo do Rock in Roll até 2016. Em 2017, quando iniciou a reforma da Estação Saudade, o palco mudou de lugar e com isso entraram novos gêneros. Do meu ponto de vista pessoal, considero um momento muito importante para o projeto por vários motivos, um deles é que o rock sempre precisa de um incentivo em uma cidade majoritariamente sertaneja, o outro motivo é porque, com o surgimento desse cenário do rock, alguém resolveu abrir os olhos e ver o que estava sendo produzido na cidade era muito massa, mas também tinha outros tons e outros gêneros. Em 2017, o palco do Sexta se tornou mais democratico e incluiu outros estilos musicais.
Aí chegamos em um período meio chato. No dia 11 de março de 2020, foi deflagrada a pandemia de Covid-19. Lembro que na época, foi realizado um edital e sairiam os resultados em breve, provavelmente em abril, seguindo o calendário dos anos anteriores. Na época, a Fundação Municipal de Cultura, soltou uma nota dizendo que, quando a situação se normalizasse, ela soltaria os resultados e que por enquanto, era inviável realizar shows em um estado epidêmico. De fato, ficamos dois anos sem shows e em 2022, as apresentações só retornaram no segundo semestre do ano, quando era quase seguro realizar eventos em céu aberto. Neste ano, 18 bandas se apresentaram, todas no segundo semestre, sendo o calendário mais proporcionalmente preenchido desde 2017 (quando ocorreram uma série de chuvas apenas na sexta-feira que fez com que o projeto se estendesse até o infinito e além de abril de 2018).
E agora chegamos ao momento de hoje, 2023. Momento esse em que estou escrevendo essa crônica jornalística sem pauta, pois não há assunto novo, por favor não me façam falar que no dia 27/10 vai ter show de duas bandas super legais. Eu achei que eu poderia ir, mas não vou poder, então peço para que gravem e coloquem no youtube depois para eu conseguir assistir.
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